A terra voltou a tremer em Itália, este domingo. Um forte sismo de 6.5 abalou o centro do país e foi sentido na capital, em Roma. O epicentro do novo tremor de terra situou-se a seis quilómetros, a norte de Norcia, atingida há quatro dias por dois sismos.
Os anteriores sismos também não fizeram vítimas, apenas feridos ligeiros e estragos consideráveis em centenas de edifícios.
Um grupo de investigadores portugueses está precisamente em Roma para fazer um levantamento dos danos do sismo de 24 de agosto.
Este novo tremor de terra foi sentido "muito bem" na capital italiana, como nos relatou a investigadora do Instituto Politécnico do Barreiro, Cristina Oliveira.
"Nós estamos a cerca de 140 quilómetros do local e sentiu-se muito bem, com uma duração bem maior do que os outros. Sentiram-se dois abalos, um mais forte do que o outro e o que me espanta aqui é que a esta distância tão grande, como é que se sentiu com tanta intensidade", questionou a investigadora.
Cristina Oliveira considerou ainda que só pode haver uma explicação para este facto: a de que a magnitude teria sido superior. "Inicialmente, as primeiras projeções deram uma magnitude de 7.1, mas já foi corrigida para 6.5,mas não sabemos se vão existir mais correções".
A população concentrou-se nas ruas, onde é visível o cenário de destruição. Muitas pessoas não sabem onde estão os familiares e amigos.
O forte sismo deste domingo em Itália prova que se está a assistir, em Itália, a uma sequência sísmica e que nada tem a ver com o terramoto de Amatrice.
É o que diz o sismólogo João Duarte Fonseca, do Instituto Superior Técnico, que acrescenta que o abalo deste domingo foi a rutura de uma falha que estava a acumular tensões há muito tempo.
A Proteção Civil italiana confirmou que, por enquanto, não há registo de vítimas mortais "No momento [início da manhã], não temos nenhuma informação sobre vítimas mortais. Há feridos e nós estamos no local a verificar", afirmou aos jornalistas o chefe da Proteção civil, Fabrizio Curcio, em Rieti, uma cidade localizada próxima do epicentro.
Este sismo ocorreu quatro dias depois de dois outros fortes terramotos terem atingido a mesma região do país e dois meses depois de, em 24 de agosto, um outro de magnitude seis na escala de Richter ter causado a morte de 297 pessoas e a devastação de localidades históricas como Amatrice.