Genebra, 22 jan (Lusa) - O ministro moçambicano da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Lino de Almeida, afirmou hoje que o seu governo está preocupado com os ataques a albinos no país, que já causaram mortos.
"Esta situação não deixa sossegado o Governo", afirmou o ministro que estava em Genebra para participar na avaliação dos direitos humanos em Moçambique, no quadro do exame periódico universal.
Segundo governante, este fenómeno "novo" e "esquisito" foi observado pela primeira vez em Nampula, no norte do país.
Até ao momento, segundo o ministro, foram registados 20 casos na província de Nampula, 15 na Zambézia, alguns no Niassa e dois em Inhambane.
As autoridades já detiveram 50 pessoas, refere o ministro, que defende a necessidade de mais educação para combater os mitos e crenças.
"O que nós constatamos nos interrogatórios" indica que "a situação está ligada ao obscurantismo e a ignorância", disse à Lusa Lino de Almeida.
Para o governante, algumas destas práticas, recentes no país, estão relacionadas com influências de populações de países vizinhos, onde já existem muitos casos de perseguição a albinos.
Nesse sentido, o governo moçambicano está a implementar um plano de sensibilização nas províncias afetadas, disse Lino de Almeida.
No quadro do Exame Periódico Universal (EPU) do Conselho das Nações Unidas para os Direitos Humanos (CNUDH), Moçambique aceitou hoje uma recomendação para reforçar a proteção das pessoas com albinismo.