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Moçambique é o país africano com maior taxa de suicídio - OMS

por Lusa

Genebra, 19 mai (Lusa) - Moçambique é o país africano com maior taxa de suicídio, mas está entre os três Estados com menor taxa de mortalidade por homicídio no continente, revela um relatório hoje publicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Intitulado Estatísticas Mundiais de Saúde e publicado anualmente desde 2005, o relatório conclui que a esperança média de vida aumentou cinco anos entre 2000 e 2015, o crescimento mais rápido desde os anos 60, mas o mundo ainda se depara com enormes desigualdades, tanto entre países como dentro dos próprios Estados.

A esperança média de vida em Moçambique é de 57,6 anos para uma criança nascida em 2015, abaixo da média africana de 60 anos, mas acima dos valores registados pelo país em 2000 (45,2 anos) e em 2013 (54 anos).

Entre os 47 países da região africana da OMS, Moçambique tem a 10.ª pior esperança média de vida.

Nas estimativas da OMS, que reúnem dados de 194 países relativos a uma série de indicadores, nomeadamente mortalidade, doenças e sistema de saúde, Moçambique destaca-se no capítulo dedicado ao suicídio, onde surge com a maior taxa de África: 17,3 suicídios em cada 100 mil habitantes.

Também na mortalidade por envenenamento acidental - por pesticidas, querosene, químicos domésticos, monóxido de carbono ou drogas - Moçambique tem a pior taxa da região africana: 8,1 mortes por cada 100 mil habitantes.

Já na mortalidade devida a homicídios, Moçambique destaca-se pela positiva, com 3,4 pessoas assassinadas por cada 100 mil habitantes, taxa que coloca o país entre os três melhores do continente.

Apenas 51% da população moçambicana tem acesso a fontes melhoradas de água potável, o que coloca o país na terceira pior posição da região africana, enquanto a prevalência da baixa estatura nas crianças com menos de cinco anos - 43,1% - deixa Moçambique entre os quatro piores dos 45 que têm dados.

O relatório analisa indicadores relativos a algumas doenças, entre as quais o VIH, a tuberculose e a malária, nas quais Moçambique surge entre os 10 países mais afetados da região africana.

No VIH, o país regista 7,4 novas infeções mil adultos não infetados, a 8.ª pior incidência dos 44 países africanos que têm dados, enquanto a incidência de tuberculose é de 551 em cada 100 mil pessoas, a 5.ª pior de África.

Em cada mil pessoas em zonas de risco de infeção, 352,3 apanharam malária em 2013, a 8.ª pior incidência da região africana.

Já a probabilidade de morrer de uma das quatro principais doenças não transmissíveis - cancro, doenças cardiovasculares, doenças respiratórias e diabetes - entre os 30 e os 70 anos é de 17,3% em Moçambique, o que coloca o país entre os sete melhores da região.

Moçambique está no meio da tabela africana na taxa de mortalidade materna (489 por 100 mil nados vivos), e na mortalidade infantil (78,5 mortes de crianças com menos de cinco anos em cada mil nados vivos), embora se registem melhorias ao longo dos últimos anos.

No entanto, apenas 54% dos partos em Moçambique são acompanhados por profissionais de saúde, o que coloca o país entre os 14 menos bem colocados da região.

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