Massacre de Santa Cruz em Timor foi há 25 anos

por Nuno Patrício - RTP
Foto: RTP

Celebrava-se uma missa de homenagem ao timorense Sebastião Gomes, também ele morto dias antes por elementos ligados às forças indonésias, quando as primeiras rajadas de metralhadora foram dirigidas à população. Um ato de violência que vitimou mais de 250 timorenses e que desencadeou uma onda mundial de protesto e repúdio.

Se não fosse a coragem do jornalista inglês Max Stahl, que registou as imagens e de uma cidadã holandesa que escondeu a cassete, nunca se teria conhecido a verdadeira realidade do que se passou neste dia.

Agora, 25 anos depois o presidente de Timor, Taur Matan Ruak recorda as vítimas e o trabalho dos jornalistas que mostraram ao mundo o crime de Santa Cruz.

Um massacre que mudou a história da luta pela independência timorense.

(Veja ou reveja na RTP Ensina o depoimento do jornalista Max Stahl)


O massacre do cemitério de Santa Cruz, em Dili, recolocou o caso de Timor na agenda internacional, desencadeando a realização de um referendo no qual a população optou pela independência do país face à Indonésia.

O ataque ordenado por militares indonésios contra uma multidão de timorenses, que protestava contra a ocupação do país, aconteceu a 12 de Novembro de 1991.

Milhares de pessoas, especialmente jovens, tinham-se reunido para acompanhar o funeral de um rapaz, pertencente à resistência, que se realizara no cemitério de Santa Cruz.

Este foi, no entanto, apenas um dos muitos massacres em Timor que perdeu um terço da população durante os anos de ocupação indonésia.

A emissão das cenas do massacre pelas televisões de todo o mundo, voltou a colocar o caso de Timor nas agendas diplomáticas, e a Indonésia foi obrigada a realizar um referendo na ex-colónia portuguesa.

Este terminou com a vitória dos que defendiam a independência, que foi declarada oficialmente em 2002.
Tópicos
PUB