Tóquio, 15 out (Lusa) -- O Japão exportou durante o ano passado um total de 1.841 sistemas ou componentes para equipamentos de defesa, após ter relaxado as limitações para vender ao exterior este tipo de tecnologia, segundo um documento oficial divulgado hoje.
Tóquio terminou em abril de 2014 com as limitações que durante mais de meio século impediram a venda de material militar praticamente para qualquer país que não fosse os Estados Unidos, o seu principal aliado.
As novas diretrizes adotadas permitem estas transferências sempre que não afetem a estabilidade global ou regional ou que os equipamentos não venham a ser transferidos para terceiros.
O documento, a cujo conteúdo a agência Kyodo teve parcial acesso e que reflete as exportações desde 01 de abril de 2014 a 31 de março de 2015, constitui o primeiro documento que detalha as vendas nipónicas ao exterior de equipamento militar depois da mudança legislativa.
O relatório contém informação sobre o destinatário e especifica se o material foi exportado para contribuir para a segurança do Japão, para "promover a paz e a cooperação internacional" ou se se trata de material estrangeiro reexportado.
A maior parte dos envios (94%) recaiu no âmbito na primeira categoria e tiveram como destino 16 países entre os quais os Estados Unidos, Reino Unido, Israel, Suécia e China.
Dentro da segunda categoria, a maior parte das exportações destinou-se a missões de paz da ONU como a destacada no Sudão do Sul ou a referente à retirada de armas químicas que o Japão deixou na China após o término da II Guerra Mundial.
Contudo, a documentação não especifica o tipo de equipamento que Tóquio tem vendido ao exterior, o que poderia motivar acusações de falta de transparência por parte dos partidos da oposição.
O documento, compilado pelo Ministério da Economia, Comércio e Indústria, será apresentado ao Conselho de Segurança Nacional nipónico antes de ser oficialmente publicado.
