Tóquio, 19 ago (Lusa) -- Um inquérito revela que a maioria dos japoneses considera que o governo de Tóquio deve parar de pedir desculpa pelo seu papel II Guerra Mundial, mas os nipónicos dividem-se quanto ao polémico discurso do aniversário do conflito.
Na véspera do 70.º aniversário do fim da II Guerra Mundial, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, expressou profundo remorso pelo papel do seu país na guerra e garantiu que os pedidos de desculpa têm validade para o futuro.
No entanto, disse também que as gerações futuras não devem estar "predestinadas" a pedir perdão.
"Não devemos permitir que os nossos filhos, os nossos netos e as gerações futuras, que nada têm a ver com a guerra, estejam predestinados a pedir desculpa", afirmou.
Países vizinhos como a China, Coreia do Sul e Coreia do Norte reagiram com indignação a estes comentários.
Um inquérito publicado hoje pelo jornal Yomiuri revela que 63% dos inquiridos consideram que o Japão deve parar de pedir desculpa no futuro, enquanto 27% defende que deve continuar a fazê-lo.
Em relação ao discurso, os inquiridos mostram-se mais divididos -- 48% dos 1.761 japoneses entrevistados apoiam o discurso de Abe, contra 34% que se opõem.