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Israel negoceia indemnizações pela "Flotilha da Liberdade"

por RTP
Netanyahu, olhando o fogo no norte de Israel, da janela do seu avião. Mas o incêndio nas relações com a Turquia não tem sido mais fácil de extinguir. Guy Assayag, Epa

O Governo israelita já terá dado o seu acordo de princípio para pagar indemnizações substanciais às famílias dos nove activistas turcos abatidos pela Marinha israelita a bordo do barco "Mavi Marmara", que transportava ajuda humanitária para a Faixa de Gaza. Um gesto público de reconciliação entre Ankara e Tel Aviv permanece pendente de um pedido de desculpas, que Israel resiste a apresentar.

Segundo o diário israelita Haaretz, os contactos entre os governos israelita e turco têm decorrido em Genebra, com os dois governos representadcos respectivamente pelo enviado israelita à ONU naquela cidade, Yosef Chiechanover, e pelo sub-secretário turco dos Negócios Estrangeiros, Feridun Sinirlioglu. Simultaneamente, e segundo o diário turco Hurryiet, estará a funcionar um outro canal de comunicação, desta feita entre o embaixador turco nos EUA, Namik Tan, e o seu homólogo israelita, Michael Oren.

Inicialmente ter-se-á alcançado nesses contactos um acordo de princípio entre as duas partes sobre o pagamento de indemnizações israelitas "no valor de várias centenas de milhares de dólares" por cada uma das nove vítimas mortais e de indemnizações menores para os feridos. Nessa parte, referente à compensação financeira, não houve quaisquer dificuldades.

Depois,elaborou-se o projecto de um memorando, que agora se encontra em análise no gabinete do primeiro-ministro turco, Recep Tayip Erdogan. A dificuldade desse memorando reside na exigência turca de que Israel apresente um pedido de desculpas formal, ao passo que a parte israelita pretende limitar-se a "lamentar" a morte dos nove activistas.

O tema tem constituído igualmente objecto de polémica dentro do Governo israelita. O vice-primeiro-ministro Silvan Shalom, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Avigdor Lieberman, manifestaram-se contra a apresentação de desculpas, que viria, em sua opinião, "premiar o terrorismo". O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, continuou hoje durante todo o dia a recusar pronunicar-se sobre esse anátema dos seus companheiros de coligação.
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