O Governo israelita já terá dado o seu acordo de princípio para pagar indemnizações substanciais às famílias dos nove activistas turcos abatidos pela Marinha israelita a bordo do barco "Mavi Marmara", que transportava ajuda humanitária para a Faixa de Gaza. Um gesto público de reconciliação entre Ankara e Tel Aviv permanece pendente de um pedido de desculpas, que Israel resiste a apresentar.
Inicialmente ter-se-á alcançado nesses contactos um acordo de princípio entre as duas partes sobre o pagamento de indemnizações israelitas "no valor de várias centenas de milhares de dólares" por cada uma das nove vítimas mortais e de indemnizações menores para os feridos. Nessa parte, referente à compensação financeira, não houve quaisquer dificuldades.
Depois,elaborou-se o projecto de um memorando, que agora se encontra em análise no gabinete do primeiro-ministro turco, Recep Tayip Erdogan. A dificuldade desse memorando reside na exigência turca de que Israel apresente um pedido de desculpas formal, ao passo que a parte israelita pretende limitar-se a "lamentar" a morte dos nove activistas.
O tema tem constituído igualmente objecto de polémica dentro do Governo israelita. O vice-primeiro-ministro Silvan Shalom, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Avigdor Lieberman, manifestaram-se contra a apresentação de desculpas, que viria, em sua opinião, "premiar o terrorismo". O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, continuou hoje durante todo o dia a recusar pronunicar-se sobre esse anátema dos seus companheiros de coligação.