Há um português entre as vítimas mortais dos atentados no Burkina Faso

por RTP

O balanço do atentado ontem ocorrido na capital, Ouagadougou, vai em 29 mortos, um número ainda indeterminado de feridos, havendo entretanto duas pessoas raptadas. Entre os mortos de várias nacionalidades conta-se um português.

A vítima mortal de nacionalidade portuguesa encontrava-se no restaurante que foi inicialmente atacado pelo grupo terrorista. Um outro português, consultor da União Europeia, estava no hotel, também alvo de atentado, mas saiu ileso.

O português atingido mortalmente tinha também passaporte francês, residia habitualmente em França, mas estava em Ouagadougou a trabalhar para uma empresa francesa. O português que sobreviveu é consultor da União Europeia.

A informação é avançada pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas. Foram as autoridades francesas que informaram o consulado português no Senegal.

Entre as vítimas mortais, neste atentado, no Burkina Faso, estão pessoas de 18 nacionalidades.

O atentado fez 29 mortos e um número de feridos que as estimativas mais conservadoras cifram em 31. No Norte do país, junto à fronteira com o Mali, aparentemente em coordenação com o atentado ocorrido na capital, foi raptado um casal australiano.

O primeiro momento do atentado deu-se na noite de sexta feira, no café Capuccino, nesse momento com grande afluência de turistas ocidentais. Um grupo de homens armados disparou sobre a esplanada e sobre as pessoas que estavam dentro de portas, lançando também granadas de gás.

O mesmo grupo passou então do café para o vizinho hotel Splendid, onde incendiou a entrada. O grupo capturou reféns e com eles barricou-se dentro do edifício. Na tomada do hotel estiveram depois envolvidas tropas francesas e norte-americanas. As Forças Armadas francesas têm uma base nos arredores de Ouagadougou. Foram libertados 126 reféns.

Do grupo atacante, foram mortos três membros no hotel Splendid, e possivelmente terá sido morto um quarto, que se tinha refugiado num outro hotel, o Ybi. Circulam informações desencontradas sobre a composição do grupo, referindo algumas que ele era em parte constituído por mulheres e certamente, na sua totalidade, por pessoas muito jovens.

O atentado foi reivindicado pela Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI), que diz ter sido um dos seus braços, o grupo Al-Mourabitoune, a levá-lo a cabo.
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