O presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi declarou-se disposto a ceder o deserto do Sinai para a constituição de um Estado palestiniano, com a condição de este ser um Estado desmilitarizado e governado pela Fatah. Vários políticos israelitas manifestaram entusiasmo pela proposta de Sisi, mas o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, rejeitou-a liminarmente.
O problema crónico da diáspora palestiniana - quatro milhões de pessoas, familiares das vítimas de limpeza étnica de 1948 e 1967 - poderia resolver-se com um direito de retorno, não às suas localidades de origem, mas ao novo Estado. A Cisjordânia e Jerusalém passariam a ser território israelita, com excepção das cidades palestinianas que no entanto não fariam parte do novo Estado, limitando-se a obter um nebuloso estatuto de autonomia sob controlo da AP.
Em troca, a AP deveria comprometer-se a renunciar à reivindicação, legítima à luz do direito internacional, de um Estado palestiniano nas fronteiras de 1967.
A Rádio do Exército israelita refere ainda que a proposta egípcia foi transmitida à AP, mas que o seu presidente, Mahmud Abbas, a rejeitou categoricamente.
Mas vários membros do Governo israelita apressaram-se a agarrar a oportunidade e, pouco impressionados pela recusa de Abbas, lançaram-se sobre a proposta egípcia com o propósito de valorizá-la.
Assim, o antigo chefe do serviço secreto Shin Bet e actual ministro da Ciência e Tecnologia, r Yaakov Peri, comentou, segundo citação do diário Jerusalem Post, que a proposta contém "elementos que merecem ser discutidos seriamente, apesar da recusa de Abbas". E acrescentou que a proposta "poderia resolver problemas que até aqui não tiveram uma solução em conversações entre israelitas e palestinianos".
Por seu lado, Ayelet Shaked, a presidente do partido fundamentalista judeu Bayit Yehudi, enalteceu a proposta do ditador egípcio dizendo que este "discerniu aquilo que a esquerda israelita desde há décadas recusa compreender", nomeadamente, que "a solução do problema palestiniano deve ser regional e não pode assentar apenas sobre os ombros de Israel". Acto contínuo, Shaked apelou ao primeiro ministro Benjamin Netanyahu para que se encontrasse com Sisi para discutir a viabilidade da proposta.
Segundo a Rádio do Exército, a Administração Obama manifestou apoio à proposta egípcia.