A imagem está a chocar o mundo. Ativistas sírios divulgaram a fotografia de um menino sírio de cinco anos ferido depois de um ataque aéreo. Nas últimas semanas intensificaram-se os combates em Aleppo entre as forças governamentais e rebeldes.
Omran foi deixado numa ambulância. Está calmamente sentado mas atordoado pelo calvário. O jornalista da Al Jazeera, Mubashir Mahmoud Raslan, que tirou a foto para a Associated Press, afirmou que antes de receber Omran, foram-lhe entregues três corpos sem vida.
Um médico local disse que a criança foi tratada a ferimentos na cabeça na quarta-feira à noite. Acredita-se que os seus pais e os três irmãos tenham sobrevivido ao ataque.
Nas últimas semanas os combates entre as forças governamentais e rebeldes intensificaram-se em Aleppo provocando centenas de mortos.
Ajuda para dois milhões de pessoas
O enviado especial das Nações Unidas, Staffan Mistura, pediu “um gesto de humanidade de ambos os lados”. Uma pausa nas hostilidades durante 48 horas para que se possa prestar auxílio a dois milhões de pessoas que estão retidas na cidade.
O responsável da ONU abandonou uma reunião depois de oito minutos sobre a crise humanitária na Síria. Desde o início do mês de Agosto nenhum comboio humanitário foi autorizado a entrar nas áreas sitiadas.
A diplomacia das Nações Unidas na Síria está cada vez mais marginalizada. As negociações para resolver o problema da crise humanitária estão paradas apesar dos apelos das últimas semanas.
Um grupo de 15 médicos que se encontra no leste da cidade, ainda controlada pelas forças rebeldes, pediu auxílio ao presidente Barack Obama para tentar salvar 250 mil civis que estão sem as condições mínimas de sobrevivência.
No apelo é referido que continuam a ser atacadas instalações médicas. Os ataques aéreos da aviação russa – que está desde segunda-feira a utilizar uma base de apoio no Irão – são constantes.
Cinco anos de guerra com 250 mil mortos
Em quase cinco anos de guerra na Síria, mais de 250 mil pessoas já morreram e existem 11 milhões de pessoas deslocadas pelo conflito, segundo os números da ONU.
A figura mediática saudita, Jamal Khashoggi escreveu no Twitter: “É como se estivéssemos sentados na Cimeira Árabe ou no conselho de Segurança censurando aqueles que estão em silêncio com o seu próprio silêncio e olhar”.
