O corpo de Mauk Moruk, líder do Conselho da Revolução Maubere (CRM), morto hoje em confrontos com forças de segurança timorenses, foi helitransportado para Díli, sob medidas de vigilância, com reforço policial.
Mauk Moruk foi morto numa troca de tiros entre elementos do CRM e efetivos policiais e das forças armadas timorenses, tendo fonte policial dito à Lusa que há informações "não totalmente confirmadas" sobre uma terceira vítima mortal.
"Os confrontos ocorreram cerca das 17:00 [09:00 de Lisboa] a sul de Baucau. Posso confirmar que Mauk Moruk e o seu braço direito (Sunardy) foram abatidos", disse à agência Lusa fonte sénior da Polícia Nacional de Timor-Leste.
"Os corpos foram helitransportados para Díli", disse à Lusa confirmou a chegada do helicóptero a Díli cerca das 19:35 locais (11:35 em Lisboa).
Segundo explicou a mesma fonte, as forças policiais decidiram aumentar preventivamente as patrulhas em Díli e em alguns distritos, nomeadamente em Baucau, "apesar de não haver qualquer ameaça concreta" ou "risco adicional".
A troca de tiros de hoje ocorreu próximo a uma zona onde na quarta-feira já tinha havido confrontos entre apoiantes do Mauk Moruk, um dos quais morreu, e efetivos das forças armadas e da polícia, dos quais dois ficaram feridos.
Fonte do executivo disse à Lusa que a vítima mortal de 4ª feira é irmão de Sunardy, uma das vítimas de hoje e que o próprio Mauk Moruk terá ficado ferido na perna.
"Não conseguiu escapar, subiu a montanha e ficou cercado. As forças tiveram sempre ordem de não o matar porque o objetivo da operação não era esse. Mas ele tinha mais armas do que se pensava", afirmou a fonte.
Desconhece-se o detalhe exato das circunstâncias em que as mortes ocorreram.
Mauk Moruk estava a ser perseguido pela polícia e pelas forças armadas de Timor-Leste desde março e, nas últimas semanas, a polémica em torno da operação, de nome código Hanita, tinha aumentado, tanto pelo seu custo, como pela falta de êxito até ao momento.
Agio Pereira, ministro de Estado e porta-voz do Governo, disse à Lusa que "a operação conjunta concluiu uma das suas principais fases", lamentando que "o objeto da operação tenha sido abatido por força de circunstâncias operacionais no terreno, absolutamente fora do seu controlo".
Questionado sobre receios de potenciais incidentes na sequência da morte de Mauk Moruk, o porta-voz do executivo timorense disse que o Governo "continua a cumprir a sua responsabilidade principal de garantir toda a segurança e harmonia na comunidade".
Está "absolutamente certo de que isto será alcançado, sem dificuldades de grande escala".