Lisboa, 23 jan (Lusa) - A cientista Elvira Fortunato, conhecida pela invenção do transístor de papel, foi distinguida com o Prémio Czochralski 2017, atribuído pela Academia Polaca de Ciências e pela Sociedade Europeia de Investigação de Materiais, informou hoje a galardoada à Lusa.
O prémio, concedido pela primeira vez a um investigador português, é promovido também pela Sociedade Polaca de Ciência dos Materiais e pela Sociedade Polaca de Crescimento de Cristais.
A distinção será entregue a 20 de setembro, em Varsóvia, como reconhecimento do trabalho de investigação da cientista e docente na área da Ciência dos Materiais Avançados.
Diretora do Centro de Investigação em Materiais, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, Elvira Fortunato criou o transístor de papel: o papel é usado como material de eletrónica, barato e reciclável, podendo ser aplicado em embalagens de medicamentos e alimentos, ou mesmo em bilhetes de avião.
O laboratório da cientista também inventou um teste rápido, feito igualmente com papel de fotocópia, para detetar a presença de uma bactéria, que vive em lamas e sedimentos, a "Geobacter sulfurreducens", que pode ser utilizada na produção de energia.
O Prémio Czochralski, instituído desde 2005, deve o seu nome ao químico polaco Jan Czochralski (1885-1953). O cientista ficou conhecido pelo "processo Czochralski", método de cultura de cristais, nomeadamente de silício, e que constitui a base da indústria eletrónica moderna.
O galardão vai ser entregue a Elvira Fortunato durante o congresso anual de outono da Sociedade Europeia de Investigação de Materiais.
Em novembro, a investigadora recebeu a Medalha Blaise Pascal, distinção da Academia Europeia das Ciências.