China repatriou um terço dos suspeitos de corrupção mais procurados no estrangeiro

por Lusa

Pequim, 23 ago (Lusa) - Um terço dos cem suspeitos de corrupção mais procurados pela China no estrangeiro foram já repatriados, anunciou esta semana o órgão máximo anticorrupção do Partido Comunista Chinês (PCC).

Em abril de 2015, a secção chinesa da Interpol publicou uma lista com os nomes de cem altos quadros suspeitos que terão fugido para o estrangeiro, com o objetivo de tentar garantir a sua detenção e extradição.

Entre estes, 60 eram suspeitos de corrupção e os restantes acusados de negligência no cumprimento das suas funções e abuso de poder, de acordo com o jornal oficial China Daily.

A lista, que pode ser consultada na página oficial da Comissão Central de Inspeção e Disciplina (www.ccdi.gov.cn), o órgão máximo anticorrupção do governo chinês, contém os nomes, fotografias, números de passaporte e presumíveis países onde se refugiaram os altos quadros em fuga.

A maioria assumia cargos locais e provinciais e as autoridades referiram então que muitos optaram por se esconder nos Estados Unidos e Canadá, apesar de também serem identificados presumíveis fugitivos na Nova Zelândia, Reino Unido, França ou Tailândia, entre outros países.

A campanha Skynet foi também criada para travar o uso ilegal de companhias registadas em paraísos fiscais e a transferência de ativos além-fronteiras por bancos ilegais.

De acordo com o órgão máximo anticorrupção do PCC, mais de 380 fugitivos chineses, incluindo 57 funcionários do Governo, foram repatriados a partir de 40 países e regiões, no primeiro semestre de 2016.

No total, as autoridades chinesas recuperaram 1,24 mil milhões de yuan (cerca de 160 milhões de euros), que tinham sido desviados por funcionários corruptos.

O mais mediático alvo da campanha Skynet é o empresário Ling Wancheng, irmão do ex-diretor do Comité Central do PCC e adjunto do antigo presidente Hu Jintao, Ling Jihua, que foi condenado este ano à prisão perpétua.

O paradeiro de Ling Wancheng, 58 anos, está dado como desconhecido desde outubro de 2014, quando se crê que vivia numa moradia nos subúrbios de Sacramento, no estado norte-americano da Califórnia.

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