China oferece às Filipinas mais de 13 milhões de euros em armas para campanha antidroga

por Lusa

Pequim, 21 dez (Lusa) - A China ofereceu às Filipinas armas e equipamento no valor de 14 milhões de dólares (13,4 milhões de euros) para apoiar a campanha antidroga lançada pelo Presidente filipino, que resultou já em 5.300 mortos, informou Manila.

Pequim já tinha declarado o seu apoio à campanha lançada este ano por Rodrigo Duterte, que as Nações Unidas e os Estados Unidos, aliado tradicional de Manila, consideram ser uma onda de execuções extrajudiciais e assassinatos.

O secretário da Defesa filipino, Delfin Lorenzana, disse que a proposta de Pequim foi transmitida esta semana pelo embaixador chinês em Manila, Zhao Jianhua.

"[O embaixador] disse ao Presidente: `Eu sei dos vossos problemas com terrorismo e drogas e gostaríamos de ajudar-vos`", disse Lorenzana em conferência de imprensa.

O responsável disse que as Filipinas deverão usar o empréstimo de 14 milhões de dólares para adquirir armas leves, lanchas e visores noturnos, detalhando que o negócio estará concluído antes do final do ano.

A China ofereceu ainda crédito a longo prazo com juros baixos, no valor de 500 milhões de dólares, que as Filipinas receberão no próximo ano, destinado a combater as drogas e o terrorismo, disse Lorenzana.

Duterte, de 71 anos, venceu as eleições de maio passado com a promessa de matar milhares de criminosos, num combate contra o narcotráfico nas Filipinas.

Desde que ascendeu ao poder, a sua campanha resultou em 5.300 mortos de suspeitos de tráfico e toxicodependentes.

Apesar das disputas territoriais entre as Filipinas e a China no Mar do Sul da China, Duterte tem reforçado os laços com Pequim, ao mesmo tempo que anunciou a sua "separação" dos Estados Unidos.

O líder filipino tem enaltecido a disponibilidade de Pequim para fornecer armas e crédito com "condições generosas" a Manila.

Já os EUA têm sido alvo de críticas por parte do Presidente das Filipinas por adiarem centenas de milhões de dólares em apoio ao desenvolvimento e suspender a venda de espingardas de assalto, devido às preocupações com os Direitos Humanos no país.

"Eu não preciso da vossa ajuda", afirmou Duterte num discurso, esta semana, onde esteve presente um enviado de Washington.

"A China vai-me dar 50 mil milhões. Vão para casa, não preciso do vosso apoio", disse, sem especificar qual a moeda a que se refere aquele valor.

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