China desenha megacidade de 130 milhões de pessoas

por Inês Geraldo - RTP
O Governo chinês prepara um plano megalómano para Pequim Alex Lee - REUTERS

O governo chinês está a preparar um plano para a criação de uma megacidade em Pequim, tornando-a habitável para 130 milhões de pessoas. Esta é uma ação preparada pelo executivo chinês, depois de tentar limitar o tamanho da capital.

A China prepara um plano para tornar Pequim numa cidade maior que o Japão. O planeamento para a nova megalópole prevê que a capital chinesa tenha uma dimensão seis vezes maior que Nova Iorque, para revitalizar a economia do país e tornar-se num centro especializado na investigação e modernização.

A nova região divide-se em nove partes e vai tentar ligar vários recursos que antes não tinham qualquer ligação. Pretende-se juntar o músculo económico com os recursos culturais de Pequim, forçando uma cooperação entre vários sectores económicos como nunca antes tinha sido visto.
Pequim maior que o JapãoCom estas novas medidas para juntar mais de 100 milhões de pessoas numa só região, a China procura ter apenas um território citadino, cuja população ultrapassa o número de habitantes de inúmeros países.

Só por si, quando a megacidade ficar concluída, terá mais três milhões de habitantes que o Japão. Neste momento, Pequim conta com 20 milhões de habitantes, ou seja, só a capital chinesa tem o dobro dos habitantes do território de Portugal todo junto.



A megacidade irá ser denominada de Jing-Jin-Ji (Jing retirado de “Beijing”, Pequim – Jin de Tianjin e Ji da província de Hubei) e será composta por nove cidades periféricas de Pequim, todas elas distintas. Esta será uma maneira de catapultar uma economia, que só de si, já é uma das mais fortes e competitivas do mundo.

O objetivo é juntar várias atividades e colocá-las sob cooperação de forma a serem aproveitados todos os recursos disponíveis de forma sustentada.

Assim juntar-se-á o centro económico e tecnológico que é Pequim com a cidade portuária de Tianjin, que será estendida até o mar de Bohei, e terá a missão de investigar novas maneiras de melhorar a indústria da manufactura, juntando-se um papel que a cidade Hubei terá em acolher indústrias menores. Novas pontes e infraestruturas irão ligar a cidade de Yanjiao até Pequim.
Os perigos de um crescimento populacional extremoPara conseguir juntar mais de 130 milhões de pessoas num espaço que neste momento alberga mais de 20 milhões é complicado. O governo chinês sabe que ter tanta gente a mudar-se para uma megacidade vai implicar a construção de várias infraestruturas básicas para a sobrevivência do ser humano.

Hospitais, escolas, estradas e transportes públicos serão precisos e um dos grandes desafios do governo chinês nesta questão será criar condições para mais de 100 milhões de pessoas, quando certos territórios periféricos como Yanjiao sofrem pela falta destas necessidades básicas inerentes a uma cidade.

Um habitante da cidade de Yanjiao explica que os serviços são maus. Este território periférico distingue-se por ser menos poluído que Pequim. As ruas encontram-se bem arranjadas mas a cidade em si não tem infraestruturas apropriadas, como terminais de autocarros ou cinemas contando apenas com dois pequenos parques.

As infraestruturas criadas noutras cidades, como um simples comboio de alta velocidade, já sofrem vários atrasos devido ao elevado número de pessoas que as usam, tal como acontece em Tianjin. O que devia cortar uma viagem de três horas até Pequim para apenas meia hora já conta com vários problemas, assegura um dos habitantes de Tianjin.

Para além do mais, a China experimenta problemas com o números de impostos pagos pelas propriedades, que são compradas por gente com dinheiro, que não pretende partilhar as suas compras com cidades mais pequenas.
Medidas políticas tornam Jing-Jin-Ji uma realidade

Apesar de todos os problemas que o executivo chinês terá em construir uma megacidade que comportará 130 milhões de pessoas, a verdade é que já foram tomadas várias medidas para que Jing-Jin-Ji passe do papel para a realidade.

Um plano económico criado em 2013, já previa a ligação de várias cidades para começar a sua integração.

Várias construções, que incluem grandes autoestradas e a criação de uma nova linha de metro já estão a ser executadas.



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