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Bush ponderou usar a arma nuclear logo após o 11 de Setembro

por RTP
Michael Steiner (à esq.) com gerhard Schröder, poucos dias antes do 11 de Setembro Arnd Wiegmann, Reuters

O alvo seria o Afeganistão. A revelação é de um conselheiro de política externa do ex-chanceler alemão Gerhard Schröder.

Michael Steiner era conselheiro do então chanceler alemão para a política externa e esteve directamente envolvido em conversações secretas com o Governo norte-americano na sequência dos atentados de 11 de Setembro de 2001. Contou agora alguns pontos fundamentais desses contactos, numa entrevista ao semanário alemão Der Spiegel.

Numa pré-publicação dos principais tópicos da entrevista, o site de Der Spiegel cita Steiner: "Eles [os membros da Administração Bush] tinham realmente jogado com todas as possibilidades".

Steiner recorda que advertiu Schröder contra a sua intenção de declarar "uma ilimitada solidariedade" com os Estados Unidos. Segundo explica a Der Spiegel, "um Estado não pode passar cheques em branco".

Quando soube da intenção do chanceler, viajou para Hannover, com o intuito de comunicar-lhe as suas objecções E acrescenta: "Mas ele não mudou de ideias e despachou-me sobranceiramente".

Em todo o caso, tanto Steiner como Schröder terão partilhado a preocupação com a eventualidade de que os EUA "sob o efeito do choque tivessem uma reacçãoe xcessiva". E esse risco parecia tanto mais palpável quanto a Administração Bush se tinha barricado nos seus bunkers e era pouco acessível ao diálogo com os aliados dos EUA.
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