Aviação russa acusada de destruir hospitais sírios

por Ana Sanlez - RTP
Bassam Khabieh - Reuters

Pelo menos nove pessoas morreram esta segunda-feira no ataque a um hospital dos Médicos Sem Fronteiras na região síria de Maarat al-Numan. Mais a norte, na cidade de Azaz, sete mísseis atingiram um hospital e uma escola, provocando a morte a 14 civis. Ambas as ofensivas estão a ser atribuídas à Rússia.

“Um edifício que abrigava um hospital apoiado pelos Médicos Sem Fronteiras foi completamente destruído por aviões aparentemente russos em Hadye, uma localidade a sul de Maarat al-Numan”, adiantou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, citado pela agência France Presse.

Segundo os Médicos Sem Fronteiras, o edifício foi atingido por quatro rockets. Oito membros da organização humanitária estão desaparecidos. “Foi um ataque deliberado contra um estabelecimento de saúde”, declarou o chefe de missão dos Médicos sem Fronteiras em comunicado. “A destruição deste hospital deixa cerca de 40 mil pessoas sem cuidados médicos nesta zona de conflito”, acrescenta.
Em Azaz, a norte de Aleppo, sete mísseis destruíram um hospital pediátrico e uma escola, provocando, segundo a Reuters, 14 mortos civis.

O ataque àquela cidade, que faz fronteira com a Turquia e está sob o controlo dos rebeldes, também terá sido levado a cabo pela aviação russa, segundo fontes oficiais turcas citadas pela mesma agência. A Associação de Médicos Independentes, responsável pelo hospital sírio, diz que pelo menos 30 pessoas ficaram feridas nos ataques.

A escola atingida estaria a servir de abrigo a refugiados sírios em fuga. Um habitante de Aziz contou à Reuters que um outro edifício, no sul da cidade, que também albergava refugiados sírios, foi igualmente bombardeado por via aérea. Rússia acusa Turquia
A Rússia acusou esta segunda-feira a Turquia de estar a prestar ajuda a “novos grupos jihadistas e mercenários armados” que têm como finalidade entrar ilegalmente na Síria.

“Moscovo tem sérias preocupações sobre as ações agressivas das autoridades turcas no que diz respeito ao seu estado vizinho”, declarou esta segunda-feira o Ministério Russo dos Negócios Estrangeiros em comunicado.

O ataque surge poucos dias depois de a comunidade internacional, incluindo a Rússia, ter acordado um cessar-fogo na Síria.

Mais de 250 mil pessoas morreram desde o início da guerra no país liderado por Bashar al-Assad. Onze milhões de sírios já fugiram do país para escapar ao conflito que opõe as tropas lideradas por Assad aos rebeldes e ao Estado Islâmico.
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