Um atentado na capital do Burkina Faso matou pelo menos 27 pessoas. O ataque ocorreu no centro de Ouagadougou, tendo os terroristas disparado contra as esplanadas de dois restaurantes e assaltado um hotel frequentado por ocidentais e funcionários das Nações Unidas.
Um grupo de terroristas começou a disparar contra as esplanadas do café Le Taxi-Brousse e do restaurante Cappuccino, na avenida Kwame Nkrumah, precisamente no centro da capital do Burkina Faso.
Os atacantes incendiaram ainda algumas das viaturas que se encontravam na rua, que acabaram por explodir. Refugiaram-se posteriormente no hotel Splendid, onde entraram por volta das 18h45 de sexta-feira. Ouviram-se vários disparos e rebentamentos, retrata o diário francês Le Monde.
O balanço de vítimas é ainda provisório. O embaixador francês avança que morreram pelo menos 27 pessoas no ataque ao hotel. Um número superior ao que tinha sido avançado anteriormente pelas autoridades do Burkina Faso. Neste primeiro balanço, o Presidente do Burkina Faso avançava que havia vítimas de pelo menos 18 nacionalidades diferentes.
O ataque ocorreu numa das principais artérias da capital daquele país africano, num hotel frequentemente utilizado por ocidentais e por responsáveis ligados às Nações Unidas. O hotel Splendid acolhia um encontro da Agência para a Segurança da Navegação Aérea em África e no Madagáscar. Um ministro do Burkina Faso chegou mesmo a estar entre os reféns, mas acabou por ser libertado.
Foram necessários vários assaltos das forças policiais para acabar com a tomada de reféns que decorria no hotel. Foram libertadas 126 pessoas, das quais 33 estavam feridas. Os sobreviventes relatam um cenário de horror.
“Toda a gente entrou em pânico. As pessoas deitaram-se no chão e havia sangue em todo o lado. Eles disparavam contra as pessoas à queima-roupa”, relatou um dos sobreviventes à AFP.
“Ouvíamo-los falar e andavam entre as pessoas a disparar contra os que ainda não estavam mortos. Quando saíram incendiaram a casa e o fumo começou a sufocar-me e a sufocar os outros”, prosseguiu.
As autoridades mataram pelo menos quatro dos terroristas. O ataque foi já reivindicado pela Al-Qaida do Magrebe Islâmico (AQMI), através de combatentes do grupo Al-Murabitun. Este é um grupo liderado pelo histórico argelino Mokhtar Belmokhtar.
Mokhtar já foi dado como morto por diversas vezes, mas a sua morte nunca chegou a confirmar-se. Em junho de 2015, foi dado como morto pelo Governo líbio. Os Estados Unidos confirmaram que Mokhtar era o alvo de uma operação, mas não se mostraram capazes de confirmar a sua morte, que foi desmentida por vários grupos islamitas.