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Ataque dos EUA visa carrasco do Estado Islâmico Jihadi John

por João Ferreira Pelarigo - RTP
A alcunha "Jihadi John" foi-lhe dada por um grupo de reféns, uma vez que Mohammed fazia parte de uma célula do Estado Islâmico chamada <i>The Beatles</i> Reuters

Os Estados Unidos realizaram um ataque aéreo na Síria tendo como alvo Mohammed Emwazi, o cidadão britânico e radical do Estado Islâmico conhecido por Jihadi John. O Pentágono não confirmou ainda a morte do homem que se acredita ser responsável pela decapitação de vários reféns.

"As forças norte-americanas conduziram um ataque aéreo em Raqqa, na Síria, a 12 de novembro de 2015, tendo como alvo Mohammed Emwazi, também conhecido como Jihadi John", refere um comunicado do Pentágono.

Emwazi, cidadão britânico, participou nos vídeos que mostravam o assassinato dos jornalistas norte-americanos Steven Sotloff e James Foley, o jornalista japonês Kenji Goto, o trabalhador humanitário americano Abdul-Rahman Kassig e os britânicos David Haines e Alan Henning, bem como de outros reféns.
Grupos de ativistas em Raqqa relataram ataques aéreos e uma explosão durante a noite de 12 de novembro.
"Estamos a par da confirmação dos Estados Unidos acerca do ataque aéreo contra Mohammed Emwazi. Tal como eles, não vamos comentar o caso nesta altura", afirmou uma porta-voz do governo britânico citada por The Guardian.

Uma fonte norte-americana anónima, citada pela agência Associated Press, diz que o veículo em que seguia Emwazi, em Raqqa, foi atingido no ataque. A Fox News também afirma, a partir de fonte militar dos EUA, que há "99 por cento de certeza" de que o apanharam.
"Um pequeno consolo"
A CNN adianta, por sua vez, que as famílias das vítimas norte-americanas foram informadas do ataque.

Diane Foley, a mãe do jornalista alegadamente decapitado por Jihadi John, disse à ABC News que, caso se confirme a morte do radical, será "um pequeno consolo" para os familiares.
"Um jovem tipicamente londrino"
Mohammed Emwazi nasceu em 1988 no Kuwait. Voou para o Reino Unido em 1994, quando tinha seis anos.

"Eu quero ser jogador de futebol", anotou Emwazi num trabalho da escola, quando tinha dez anos. Numa fotografia de turma, nessa altura, aparece sorridente, no meio dos colegas.

Segundo um velho amigo de Emwazi, na altura o agora radical islâmico era "um jovem tipicamente londrino", que saía com os amigos e tinha uma convivência normal na cidade e que "pouco se preocupava com a religião nessa altura".

Era bom aluno, entrou na faculdade em 2006 e foi mais tarde que o radicalismo se tornou mais evidente. Deixou crescer a barba e começou a evitar olhar diretamente para as mulheres.

Depois, em agosto de 2013, os pais deram-no como desaparecido. Quatro meses mais tarde, souberam pela polícia que o filho estava na Síria.

Um ano depois do desaparecimento, em 2014, o terrorista Jihadi John apareceu pela primeira vez, num vídeo assinado pelo Estado Islâmico, a decapitar o jornalista Foley. Nos meses seguintes, apareceu noutros vídeos de propaganda semelhantes, onde executou outros reféns. Aparecia sempre de cara coberta.

A alcunha Jihadi John foi-lhe dada por um grupo de reféns, uma vez que Mohammed era parte de uma célula do Estado Islâmico chamada The Beatles, devido ao sotaque britânico. Foi só em fevereiro deste ano que a sua identidade foi confirmada.
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