Cairo, 03 jan (Lusa) -- A Amnistia Internacional condenou hoje a execução de 47 pessoas realizada no sábado na Arábia Saudita, incluindo a do religioso xiita Nimr Baqir al-Nimr.
"O assassínio de al-Nimr sugere que as autoridades da Arábia Saudita estão a empregar a pena de morte em nome do antiterrorismo para ajustar contas e oprimir os dissidentes", refere, em comunicado, o diretor da Amnistia Internacional para o Médio Oriente e Norte de África, Philip Luther.
Para a Amnistia Internacional, cumprir estas sentenças de morte "quando há sérias dúvidas sobre a legitimidade do julgamento, é uma justiça monstruosa e irreversível".
No sábado, foram executadas 47 pessoas por acusação de terrorismo, entre as quais a Nimr Baqir al-Nimr, figura da contestação contra o regime saudita.
O dirigente religioso xiita Nimr Bager al-Nimr, um acérrimo crítico do regime saudita, foi condenado à morte em outubro de 2014 por rebelião, "desobediência ao soberano" e "porte de armas".
Esteve na liderança dos protestos da população xiita em 2011 e 2012 no leste da Arábia Saudita, onde são maioritários, num país em que predomina o islamismo sunita, praticado por 85% dos 30 milhões de habitantes.