Cúmplice de Jeffrey Epstein interrogada pela Justiça dos EUA

por Lusa

A ex-companheira e cúmplice de Jeffrey Epstein, Ghislaine Maxwell, respondeu na quinta-feira a todas as perguntas feitas pelo procurador-geral adjunto dos Estados Unidos, num interrogatório "muito produtivo" na Flórida, informou o seu advogado.

"Tivemos hoje um dia muito produtivo com o procurador-geral adjunto Todd Blanche e Ghislaine Maxwell", disse o advogado David Oscar Markus à imprensa em frente ao tribunal federal em Tallahassee, na Florida.

Maxwell, de 63 anos, cumpre atualmente numa prisão de Tallahassee uma pena de 20 anos por tráfico sexual, o mesmo crime pelo qual Epstein foi acusado em Nova Iorque, onde viria a morrer enquanto aguardava julgamento.  

David Oscar Markus garantiu à imprensa que Maxwell respondeu a todas as perguntas feitas por Blanche e que "nunca invocou um direito" para não responder.

"Ela respondeu a todas as perguntas com sinceridade, honestidade e da melhor forma possível", afirmou.

Maxwell foi condenada por ajudar o milionário a abusar sexualmente de raparigas menores de idade e cumpre agora uma longa pena.

A confirmação pelo Departamento Federal de Investigação (FBI) e o Departamento de Justiça (DOJ), no início deste mês, de que não havia provas da existência de uma "lista de clientes" chantageados por Epstein, e que a morte do pedófilo numa prisão federal em 2019 resultou de suicídio, levou a uma crise inesperada entre os membros do movimento MAGA ("Make America Great Again", "Tornar a América Grande de Novo") do Presidente Donald Trump.  

Sob pressão de segmentos conspiracionistas da sua base política para divulgar mais informações sobre o caso Epstein, criminoso sexual com quem manteve relações próximas durante décadas, Trump negou o conhecimento ou o envolvimento nos crimes de Epstein e disse que terminou a amizade há anos.

O interrogatório a Maxwell foi uma das medidas anunciadas pelo DOJ para tentar conter as críticas, que se estendem a setores do Partido Republicano, incluindo congressistas.

Na quinta-feira, o The Wall Street Journal publicou que Trump fora informado em maio por funcionários do DOJ que o seu nome aparece "várias vezes" nos arquivos do caso contra o pedófilo Jeffrey Epstein.

Na "reunião informativa de rotina", onde este não era o tema central, Bondi e a sua equipa terão informado Trump de que os ficheiros continham o que consideravam "rumores não verificados sobre muitas pessoas, incluindo Trump, que tiveram contacto com Epstein no passado", refere o jornal.

De acordo com o Wall Street Journal, uma das fontes com conhecimento dos documentos afirmou que estes "incluem centenas de outros nomes".

Trump, que tem estado sob pressão dos seus apoiantes para cumprir a promessa de divulgar toda a informação sobre o caso, negou na semana passada que tivesse sido informado sobre a presença do seu nome nos arquivos.

A Casa Branca classificou hoje como "notícias falsas" as informações avançadas também pela CNN e The New York Times.

"Esta é mais uma história falsa, tal como a anterior publicada pelo The Wall Street Journal", disse Cheung, referindo-se de forma velada à carta com conteúdo "obsceno" que Trump terá enviado a Epstein nos tempos em que ambos mantinham uma amizade, e que foi publicada na semana passada pelo mesmo jornal.  

De acordo com o jornal, foi Ghislaine Maxwell quem recolheu cartas de Trump e de outros parceiros de Epstein para as incluir num álbum como presente.   

 Trump processou na sexta-feira o WSJ, a News Corp, grupo que inclui o jornal, e o seu proprietário, Rupert Murdoch, por divulgar a alegada carta a Epstein.

O jornal de referência da Newscorp declarou que vai "defender-se vigorosamente" contra o Presidente norte-americano.

"Temos total confiança no rigor e exatidão das nossas informações", afirmou um porta-voz do grupo proprietário do WSJ.

 

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