Sondagem da Católica dá Marcelo com provável vitória já no domingo
O candidato Marcelo Rebelo de Sousa surge na sondagem da Universidade Católica como o mais do que provável vencedor da eleição presidencial já na primeira volta, este domingo, com uma estimativa de voto de 52 por cento. De acordo com os inquéritos realizados a 16 e 17 de Janeiro, existe uma probabilidade mínima de segunda volta. Logo a seguir surge Sampaio da Nóvoa, com 22 por cento, estando Maria de Belém e Marisa Matias empatadas para o terceiro lugar com oito por cento. À altura do estudo, 61 por cento dos inquiridos manifestaram a intenção de votar; 11 por cento responderam que não.
CESOP: É “obtida calculando a percentagem de intenções directas de voto em cada lista em relação ao total de votos válidos (excluindo abstenção, não respostas e indecisos). São apenas consideradas intenções e inclinações de voto de inquiridos que disseram que “de certeza” ou “em princípio” vão votar. Estas estimativas têm valor meramente indicativo, dado que diferentes pressupostos poderão gerar resultados diferentes”.A sondagem do CESOP – Universidade Católica Portuguesa para a Antena 1, RTP, Jornal de Notícias e Diário de Notícias aponta para a possibilidade de se decidir a corrida a Belém já neste domingo, com Marcelo Rebelo de Sousa a garantir uma vitória com 52 por cento dos votos.
O limite mínimo do intervalo de confiança do inquérito contempla no entanto a possibilidade de Marcelo não conseguir 50% + 1 das intenções de voto.
Como explica o CESOP, as estimativas propostas – baseadas nas intenções de voto dos inquiridos que dizem que vão votar “de certeza” ou “em princípio” – indicam que “Marcelo Rebelo de Sousa tinha à data da inquirição (o passado fim de semana), com elevada probabilidade, mais intenções de voto do que todos os restantes candidatos juntos.
No entanto, o limite mínimo do intervalo de confiança associado à percentagem de intenções de voto neste candidato está nos 50%. Isto significa que, embora com baixa probabilidade, esta sondagem admite a possibilidade de Marcelo Rebelo de Sousa não ter, à data da inquirição, 50%+1 das intenções de voto”.
Logo a seguir a Marcelo, surge Sampaio da Nóvoa – 22 por cento - que recolhe quase o mesmo valor dos restantes candidatos juntos (27 por cento). E fica assim respondida uma das poucas dúvidas que se levantaram nesta eleição presidencial, na medida em que os resultados parecem dissipar qualquer dúvida acerca de quem será, em caso de segunda volta, o adversário de Marcelo Rebelo de Sousa. O lugar era inicialmente apontado a Maria de Belém Roseira, mas a candidata apenas recolhe oito por cento dos votos, de acordo com a sondagem da Católica, com quase um terço dos valor eleitoral do ex-reitor.
A par da actual deputada do PS surge a eurodeputada do Bloco de Esquerda Marisa Matias, também com um peso de oito por cento (a sondagem atribui-lhes entre 7% a 9%).
“Edgar Silva [PCP] e Paulo de Morais também obtêm percentagens de intenção de voto semelhantes entre si (cada um deles, algures entre 2% a 4%)”, aponta o relatório da sondagem.
Um surpreendente Vitorino Silva, conhecido como Tino de Rans, recolheria dois por cento dos votos; Henrique Neto um por cento; e no fim da lista Jorge Sequeira e Cândido Ferreira com menos de um por cento.
O centro de sondagens da Católica (CESOP) chama, contudo, a atenção para o facto de estes números espelharem “resultados (que) não preveem o que vai acontecer nas eleições, apenas retratam o posicionamento dos portugueses à data da inquirição”, ou seja, uma vontade manifestada durante o último fim de semana, a sete dias do escrutínio, onde não estão contempladas eventuais alterações durante a segunda semana de campanha.
De referir ainda que a percentagem de indecisos se situava na altura em 15 por cento, o que o CESOP considera “habitual neste tipo de sondagens a uma semana de eleições”.
Note-se que o CESOP se limita aqui à especificação técnica sobre a data em que é realizada a inquirição, sem entrar em considerações sobre a forma como decorreu a semana de campanha posterior, ou sobre os acontecimentos que tiveram lugar durante essa semana - como seria o caso, nomeadamente, da polémica em torno das subvenções aos políticos, que ocupou um lugar central no debate dessa semana.
Marcelo vence em todas as frentes
Filtrados os resultados por género, grau de escolaridade e escalão etário, o estudo permite afirmar sem qualquer margem de dúvida que Marcelo Rebelo de Sousa lidera em todos os aspectos, com larga margem para todos os outros candidatos.
Por exemplo, quanto ao género, recolhe 38 por cento entre as mulheres e 36 por cento entre os homens. Já em relação às idades dos inquiridos, embora os escalões apresentem valores muito aproximados, é junto dos mais jovens que o professor se destaca, com 42 por cento no grupo 18-24 anos. E marca ainda forte distância nos escalões “com secundário” ou “ensino superior”.
O CESOP assinala, “no entanto, [que Marcelo Rebelo de Sousa] parece perder para Sampaio da Nóvoa alguma força junto das pessoas com mais de 55 anos”. O ex-reitor da Universidade de Lisboa recolhe a preferência de 40 por cento dos inquiridos (21% nos 55-64 anos e 18% nos +65), quando em todos os outros escalões se apresenta com uma soma de apenas 39 por cento.
“Marisa Matias [é] claramente mais forte nos grupos etários mais jovens”, acrescentam os investigadores da Católica, que, mais adiante, acrescentam que a “intenção de votar [é] mais forte entre as pessoas com maior grau de escolaridade”.
Ficha técnica
Esta sondagem foi realizada pelo CESOP – Universidade Católica Portuguesa para a Antena 1, a RTP, o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias nos dias 16 e 17 de janeiro de 2016. O universo alvo é composto pelos indivíduos com 18 ou mais anos recenseados eleitoralmente e residentes em Portugal Continental. Foram selecionadas aleatoriamente quarenta e cinco freguesias do país, tendo em conta a distribuição dos eleitores por distritos. A selecção aleatória das freguesias foi sistematicamente repetida até os resultados eleitorais das eleições anteriores nesse conjunto de freguesias (ponderado o peso eleitoral dos seus distritos de pertença) estivessem a menos de 1% dos resultados nacionais das quatro candidaturas mais votados. Os domicílios em cada freguesia foram seleccionados por caminho aleatório e foi inquirido em cada domicílio o próximo aniversariante recenseado eleitoralmente. Foram obtidos 3340 inquéritos válidos, sendo 58% dos inquiridos mulheres, 24% da região Norte, 20% do Centro, 37% de Lisboa, 12% do Alentejo e 8% do Algarve. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição de eleitores residentes no Continente por sexo e escalões etários e região na base dos dados do recenseamento eleitoral e das estimativas do INE. A taxa de resposta foi de 68%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 3340 inquiridos é de 1,7%, com um nível de confiança de 95%.
* A taxa de resposta é estimada dividindo o número de inquéritos realizados pela soma das seguintes situações: inquéritos realizados; inquéritos incompletos; não contactos (casos em que é confirmada a existência de um inquirido elegível mas com o qual não foi possível realizar a entrevista); e recusas.