Na RTP, os dois candidatos à Presidência da República esclareceram as suas posições em relação ao que fariam no caso de serem confrontados com o orçamento retificativo devido à resolução do Banif. Ambos admitiram que poderiam enviar o documento para debate no Parlamento, num primeiro veto. Em última instância, os dois candidatos iriam promulgar o documento.
No entanto, Marisa Matias considera que no Parlamento, a decisão não seria a da resolução tal como foi tomada, mas sim a integração do Banif na CGD, a posição que a candidata diz que é a da maioria na Assembleia da República.
"É preciso uma Presidente que se bata pelo país, que o defenda em todos os momentos, mesmo os mais difíceis" e "a posição da maioria e do Governo era a da integração [do Banif] na Caixa Geral de Depósitos", o que "seria uma mensagem forte para Bruxelas da Presidente", vincou a dirigente bloquista.
Já Edgar Silva, sublinhando tratar-se de uma "injustiça clamorosa obrigar cidadãs e cidadãos de Portugal a despejar mais dinheiro na falência de um banco para tentar salvar a atividade especulativa e toda a atividade perversa", admitiu uma primeira censura política.
"Mas, numa situação extrema, que poderes tinha o Presidente que não, em última instância, viabilizar este orçamento retificativo? Demitia-se ou dissolvia a Assembleia da República?", questionou Edgar Silva, considerando que este não seria um caso para uma decisão extrema como a demissão ou a dissolução.
Marisa Matias afirmou que ambas as candidaturas partilham "todas as questões relacionadas com os direitos do trabalho, do combate à precariedade, dos direitos das crianças", depois de Edgar Silva frisar aqueles pontos como os distintivos.
Sobre a questão de qual a posição que teriam se estivessem na Presidência da República e houvesse um referendo sobre a saída do euro, ambos os candidatos se desviaram de uma resposta direta. Marisa Matias colocou a tónica na necessidade de uma luta por uma Europa que seja anti-austeridade, enquanto Edgar Silva foi mais incisivo no que toca à necessidade de Portugal estar preparado para uma eventual saída, elaborando um plano para esse caso.
(com Lusa)