A coordenadora do Bloco de Esquerda diz que o BE, PS e PCP trabalham em medidas para quatro anos, calendarizadas ao longo do tempo.
Entrevistada esta quinta-feira, Catarina Martins sublinhou que o acordo à esquerda é sólido e que foi isso mesmo que transmitiu ao Presidente da República. O atual princípio de acordo baseia-se num caminho de "franqueza e confiança", o que lhe dá sinais fortes para dizer que há uma alternativa que permite afastar a direita e garantir a recuperação de rendimentos do trabalho.
Sobre o "acordo sólido", Catarina Martins insiste que há sinais claros de que estao todos de acordo, "num processo que não é fácil." Catarina Martins defende que quem votou no Bloco de Esquerda já sabia destas condições caso a direita ficasse em minoria e o Bloco com mais força parlamentar.
A líder do BE garante que a estabilidade tem de estar presente no compromisso político nas negociações em curso. Na questão da Taxa Social Única o BE diz que o entendimento é até agora satisfatório. O mesmo diz em relação à condição de não se facilitar os despedimentos.
Sobre a medida de acabar o congelamento das pensões - encargo de mil milhões de euros - Catarina Martins diz que essa medida é para quatro anos.Sobre a questão de ser uma perda de tempo a eventual indigitação de Passos Coelho, Catarina reiterou que há uma solução alternativa e que há sinais claros de que estão todos de acordo - partidos de esquerda - , embora reconheça que o processo nao é fácil, pois há divergências conhecidas.
Catarina Martins sublinhou também que o Bloco fez contas de todas as medidas que propõe com vista à recuperação de rendimentos. O BE acredita que os problemas do défice podem passar pela recuperação da economia, pois com o crescimento económico - diz a coordenadora do BE - um governo pode conseguir equilibrar as contas públicas.
Nesta entrevista a Maria Flor Pedros, Catarina Martins recusa a ideia de ser "marioneta de Francisco Louçã", mostrando-se mesmo irritada com aquilo que diz serem os "elogios paternalistas" apenas pelo facto de ser mulher.
Questionada por haver um possível descontentamento dentro do partido por ter dito "pelo Bloco de Esquerda respondo eu", Catarina diz que não desautorizou os colegas de partido.
A principal cara do BE nega também qualquer "purga interna" no BE, diz que houve dirigentes que quiseram saír, mas que o Bloco efetuou uma renovação, e o exemplo está nos resultados que obteve nas últimas eleições.
Fotos: Antena 1/Ana Gil