As primeiras projeções da Universidade Católica para a RTP apontam uma vitória da coligação PSD/CDS-PP com uma margem (38 a 43%) que poderá valer a maioria absoluta, ou seja, poderá obter entre 108 e 116 deputados num Parlamento com 230 assentos. O grande derrotado da noite é o PS, de acordo com estas projecções, fica obterá entre 30 e 35 por cento dos votos, garantindo apenas de 80 a 88 parlamentares.
Na Madeira e nos Açores a PàF não concorre coligada e a estimativa é feita como se existisse nestas regiões autónomas.
A distribuição de mandatos pressupõe que os círculos Europa e Fora da Europa apresentam uma distribuição semelhante a 2011.
Os deputados eleitos devem tomar posse na última quinzena de outubro.Em franca subida está o Bloco de Esquerda (8 a 11%), que irá pelo menos dobrar o número de deputados (16 a 20). Com ligeira descida (7 a 9%), a CDU garante um grupo de 13 a 17 elementos; e o Livre/Tempo de Avançar poderá estrear-se com um deputado (1 a 1%).
Há quatro anos, nas legislativas de 2011, a atual coligação PàF conseguiu um total de 50,35% dos votos (então concorrendo de forma separada: 38,65 para o PSD e 11,70 do CDS-PP), um valor acima do intervalo estimado pela projeção da Católica para este domingo (38-43%).
Nesse escrutínio de 2011, o PS, então liderado pelo ex-primeiro-ministro José Sócrates, garantiu 28,06%, a CDU (PCP-PEV) 7,91% e o BE 5,17%.
A abstenção atingiu em 2011 os 41,1%.
Cavaco tem tudo pensado
Uma das problemáticas que atravessa o panorama político nestes dias que antecedem a formação de um novo governo para o país foi colocada na ordem do dia pelo próprio Presidente da República. Cavaco Silva afirmou esta semana que na sua cabeça não há qualquer dúvida sobre quem chamará a Belém para assegurar a governação. Parecendo uma questão simples, a incógnita assenta no partido mais bem colocado: se o que assegura mais parlamentares, se o que assegura maior votação.
“Especulações não faço, aguardo com toda a serenidade o conhecimento dos resultados e amanhã [segunda-feira], como se costuma dizer, é um dia em que o Presidente da República tem de refletir muito, muito, muito bem”.Na quarta-feira, Cavaco declarava: “A forma como irei decidir, embora já esteja na minha cabeça, eu não irei revelar nem um centímetro”.
Este domingo, depois de exercer o seu direito de voto, o Presidente reiterou ter já estudado todos os cenários pós-eleitorais possíveis: “Temos estudado todos, todos os cenários, todos os cenários foram estudados na Presidência da República ao longo deste tempo, agora só nos falta saber qual o cenário que vai ser determinado pelos portugueses depois das sete da tarde”, afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, depois de ter votado numa escola em Lisboa.
Um pormenor foi destacado pelo chefe de Estado na sua declaração aos jornalistas: a partir da revisão constitucional de 1982 deixaram de ser possíveis Governos presidenciais.
Votação superior a 2011
Abertas desde as 8h00, as mesas de voto encerraram às 19h00, 20h00 se contarmos com o acerto horário dos Açores.
1,9824 milhões de votantes ao meio-dia.
4,2604 milhões às quatro horas.
Entretanto, ao longo do dia, o Ministério da Administração Interna foi libertando os dados da afluência dos eleitores.
Ao meio-dia, quase dois milhões de eleitores tinham votado, ou seja, 20,65% dos 9,6 milhões de inscritos nos cadernos, o que representava uma subida de 0,64 pontos percentuais face ao escrutínio de 5 de junho de 2011.
Às 16h00, o número de votantes dobrou para mais de quatro milhões de eleitores. Estamos a falar de 44,38% dos 9,6 milhões de eleitores inscritos, uma subida de 2,4 pontos percentuais, face às anteriores legislativas.
Concorrem nestas eleições para a XIII Legislatura 16 forças políticas: são três coligações e 13 partidos.
Os votos dos círculos da Europa e Fora da Europa elegem quatro deputados. Serão contados a 14 de outubro, dia em que fica fechado o apuramento total dos resultados das legislativas.