Lisboa, 05 out (Lusa) - A abstenção nas eleições legislativas de 04 de outubro ficou nos 43,07%, a maior de sempre registada em eleições legislativas, e quando faltavam atribuir quatro mandatos de deputados respeitantes aos círculos da emigração.
Nas eleições legislativas de 2011, a abstenção situou-se nos 41,9%.
A coligação PSD/CDS-PP é a força política mais votada nestas eleições, com 38,55% dos votos e com 104 mandatos, quando estão apurados os resultados provisórios em todas as 3.092 freguesias, de acordo com os dados da Secretaria Geral do Ministério de Administração Interna - Administração Eleitoral.
O PS foi o segundo partido mais votado, com 32,38%, elegendo 85 deputados.
Para as eleições de hoje estavam recenseados 9.682.369 os eleitores, segundo dados da Secretaria Geral do Ministério da Administração Interna.
Às 16:00, mais de quatro milhões de eleitores já tinham votado, o que representava 44,38% dos 9,6 milhões de eleitores inscritos, uma subida de 2,4 pontos percentuais, face às anteriores legislativas.
A taxa de abstenção em eleições legislativas tem vindo a aumentar em Portugal desde o primeiro sufrágio universal livre do género, há 40 anos, quando escassos 8,34 % dos eleitores não se deslocaram às assembleias de voto.
De pouco mais de 8% em 1975, a taxa de abstenção cresceu assim exponencialmente até aos 41,9% em 2011, depois de em 2009 se ter registado uma taxa de 40,32%.
Só em três ocasiões se verificou um ligeiro abrandamento da tendência, em 1980, 2002 e 2005, respetivamente, quando a coligação Aliança Democrática (AD) - constituída pelo PPD-PSD, o CDS-PP e o Partido Popular Monárquico - venceu pela segunda vez, com maioria absoluta, assim como no triunfo do PSD de Durão Barroso e na primeira maioria absoluta do PS, com José Sócrates.
Em 1980, a abstenção recuou para 16,06%, quando nas anteriores legislativas tinha atingido 17,13%, em 02 de dezembro de 1979.
Trinta e dois anos depois, a 17 de março de 2002, quando os sociais-democratas, liderados por Durão Barroso, ganharam as eleições, a taxa de abstenção cifrou-se em 38,52%, ligeiramente abaixo dos 38,91% registados na segunda eleição de Guterres, em 10 de outubro de 1999.
Logo nas eleições seguintes, em 2005, que deram a Sócrates o seu primeiro mandato como primeiro-ministro, a abstenção ficou-se pelos 35,74%, face aos anteriores 38,52%.