ViniPortugal prevê fechar o ano com exportações perto dos 737 milhões de euros

por Lusa

Viseu, 23 nov (Lusa) - O presidente da ViniPortugal, Jorge Monteiro, disse hoje prever fechar o ano com o valor das exportações de vinho a ficar perto dos 737 milhões de euros, apesar das "grandes perdas" registadas no mercado de Angola.

"Apesar da queda acentuada registada em Angola, contamos chegar ao final do ano com valores muito próximos dos do ano passado. No ano passado fechámos com cerca de 737 milhões de euros em exportações e a expectativa para este ano é fecharmos muito perto deste valor", revelou.

Em declarações à agência Lusa, Jorge Monteiro explicou que o mercado de Angola tem atravessado "um momento muito complicado", com Portugal a perder, nos últimos dois anos, cerca de 70 milhões de euros em exportações no setor dos vinhos.

"Se olharmos para as exportações globais, estamos com uma queda de 2,7 por cento, ou seja, uma queda de 13 a 14 milhões de euros", acrescentou.

Apesar da queda acentuada no mercado angolano, Jorge Monteiro estima que o valor das exportações deste ano seja idêntico ao de 2015 devido ao crescimento em mercados alternativos e ao aumento do preço médio.

"Em quase todos os mercados estratégicos estamos a crescer e isso é o que nos tem permitido encontrar mercados alternativos ao de Angola. Isto significa que o setor dos vinhos tem uma resiliência e uma dinâmica bastante elevada, pois não é fácil perder 70 milhões de euros em dois anos num mercado e ir buscá-los a outros", evidenciou.

Sobre o maior destino dos vinhos portugueses, o presidente da ViniPortugal informa que se trata da França, por causa do vinho do Porto.

"Retirando os vinhos fortificados - Porto e Madeira - o maior destino são os Estados Unidos da América. Estimamos fechar o ano com 75 milhões em exportações para os EUA", destacou.

Este é aliás um destino no qual pretendem continuar a investir no próximo ano, já que se trata de "um mercado muito aberto e com grande potencial".

"Este é um mercado onde se verifica um efeito montra, ou seja, influencia decisões de outros mercados. É aqui que estamos a meter a maior fatia de investimento: 25 por cento são colocados na América do Norte", sustentou.

Com este investimento nos EUA, Jorge Monteiro espera continuar a crescer, tal como no mercado canadiano.

"Há cinco anos só trabalhávamos com S. Francisco e Nova Iorque [EUA] e com Montreal e Toronto [Canadá]. Agora estamos a estender a nossa intervenção e trabalhamos em mais estados nos Estados Unidos da América e em mais províncias do Canadá", esclareceu.

Quanto aos mercados no Oriente - China, Japão e Coreia - a aposta "é feita numa lógica de longo prazo".

"Enquanto nos Estados Unidos se fala de 75 milhões de euros em exportações, na China são 12 milhões e no Japão 5 milhões: não tem a mesma expressão, mas tem taxas de crescimento muito interessantes", concluiu.

Para além do balanço das exportações, as novas tendências de consumo, novas categorias de produtos, canais de maior potencial, novas formas de venda e o e-comerce são alguns dos temas a abordar no Fórum Vinhos de Portugal, agendado para hoje, na Curia.

A empresa britânica Wine Intelligence, especialista do mercado mundial de vinhos, será a convidada para uma apresentação sobre o comportamento futuro daqueles mercados e das novas tendências.

A esta apresentação segue-se o debate, que pretende marcar a primeira etapa da construção do Plano de Marketing 2018/2020 para os Vinhos de Portugal, com a participação aberta a todas as empresas do setor.

O programa inclui ainda a entrega do Prémio CNOIV - Inovação atribuído pelo Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), após a apresentação dos dados mais recentes das exportações dos Vinhos de Portugal, evolução e análise de 2015 e 2016.

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