Trabalhadores da Unicer marcam greve de 24 horas para dia 16

por Lusa

Santarém, 04 dez (Lusa) -- Sindicatos e comissão de trabalhadores da Unicer convocaram nova greve, desta vez de 24 horas, e marcaram uma concentração frente à sede da empresa, em Leça do Balio, para o próximo dia 16.

Em comunicado enviado hoje à Lusa, a União dos Sindicatos de Santarém (USS/CGTP), os sindicatos SINTAB e SINTICABA e a comissão de trabalhadores afirmam que, depois das ações realizadas em novembro, na sequência do anúncio do encerramento da fábrica de refrigerantes de Santarém e do despedimento de mais 70 trabalhadores de outros locais, os protestos marcados para dia 16 visam mostrar a todo o país a "indignação" e a "determinação" em manter os 140 postos de trabalho em risco.

"As estruturas representativas dos trabalhadores estão confiantes que no dia 16 de dezembro os trabalhadores vão dizer aos vizinhos da Unicer, aos seus administradores, acionistas e a todo o País que não é com `prendas envenenadas`, como almoços para simular falsos consensos ou até com a incandescência das luzes de Natal, que vão silenciar a voz e a razão daqueles que durante anos deram milhões de lucro à Unicer e aos seus acionistas", afirma a nota.

Os trabalhadores da empresa realizaram uma hora de greve por turno durante a semana de 16 a 20 de novembro, mas as "manifestações de incredulidade, protesto e esforços de sensibilização em que até agora se empenharam" não resultaram em "sinais sólidos de retorno na intenção de encerrar a fábrica em Santarém [em abril de 2016] e de despedir 140 trabalhadores", sublinha o comunicado.

Contudo, afirmam, as ações realizadas geraram "inúmeros apoios institucionais e populares", que "contribuem para projetar a voz dos trabalhadores da Unicer" e levaram a que o comportamento da administração e dos acionistas da empresa fosse "julgado e censurado em praça pública".

As estruturas representativas dos trabalhadores afirmam que "o caminho para os despedimentos não está nem irá estar livre" e reafirmam o seu "profundo empenho para, com os trabalhadores, lutar até ao fim contra a materialização da injustiça que se perspetiva".

No dia 16, "os trabalhadores da Unicer vão lembrar aos acionistas e à administração da empresa que se o Natal é quando um homem quer é indecente que nesta época os trabalhadores da Unicer sejam obrigados a passar por uma luta que visa preservar as suas condições de trabalho e de vida", afirma ainda o comunicado.

A administração da Unicer tem declarado que mantém uma postura de diálogo com os trabalhadores e as organizações que os representam e o seu empenho em "minimizar o impacto das medidas anunciadas" junto dos 140 trabalhadores afetados no processo (70 em Santarém e 70 da estrutura central e de apoio ao negócio).

A empresa reafirma a necessidade de reajuste da sua estrutura pela retração dos mercados, nomeadamente o angolano, e para garantir a sua sustentabilidade.

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