As bolsas de Shanghai e Shenzen perderam num só dia - hoje - cerca de 8 por cento. A de Hong Kong perdeu 3 por cento. As bolsas europeias, já conhecedoras do crash devido à diferença horária, abriram a descer.
Medidas enérgicas do Governo central chinês, nomeadamente injecções de capital do banco central para aumentar a liquidez disponível no mercado. Os resultados pareceram, a certa altura, prometedores: até sexta feira, a bolsa de Shanghai tinha recuperado 16 por cento.
E depois veio o fim de semana, e depois a segunda feira. E na segunda feira foram conhecidas projecções pessimistas sobre os lucros das empresas industriais na China continental.
E já eram conhecidas as intenções do Federal Reserve Bank, norte-americano, de elevar os juros, aproveitando a recuperação económica. E, com o aumento de juros norte-americanos, os investimentos na zona dólar voltavam a tornar-se mais atraentes, inclusivé para os investidores das bolsas chinesas.
E era também a convicção de muitos investidores de que mais cedo ou mais tarde as injecções de liquidez do banco central seriam impotentes para impedir o crash e que a autoridade monetária chinesa, admitindo isso mesmo, poderia em breve renunciar a medidas anticíclicas que lhe saem caras e que são, em qualquer caso, objecto de reparos mal humorados do FMI. E que, portanto, mais valia saltar fora antes do que depois de isso acontecer.
Analistas da bolsa citados em The Guardian faziam notar que essas medidas, visando manter uma conjuntura altista a balões de oxigénio, podem quando muito ter um efeito de curto prazo.
E, com tudo isto junto, foi hoje o descalabro dos valores cotados nas três grandes bolsas chinesas.