Foto: Rafael Marchante, Reuters
David Paes é o novo Presidente do SPAC, Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil. Na primeira entrevista depois de ter sido eleito, David Paes veio reconhecer que a greve de dez dias dos pilotos em maio último veio prejudicar a imagem dos pilotos. O sindicato pretende agora entrar numa nova fase. David Paes considerou ainda que uma empresa pode ser bem gerida, quer seja "no domínio público como no domínio privado" e elogia a atual administração da TAP.
"Naquela altura havia um conjunto de reivindicações que tinham razão de ser. A forma como se tentou ir buscá-las e a rapidez, ou, se quiser, a precipitação... Precipitação será porventura uma palavra forte, mas esvaziou muito do que era a nobreza dos propósitos que nós estávamos a tentar fazer valer", disse David Paes na entrevista ao Grande Jornal da RTP.
Nas recentes eleições, a lista liderada por David Paes conseguiu 50,56 por cento dos votos e a lista F liderada por Carlos Damásio obteve 49,43 por cento dos votos. O novo Presidente tomou posse a 31 de julho e foi eleito para um mandato de dois anos.
David Paes considerou ainda que a pouca diferença de votos em relação à lista concorrente na segunda volta, não será um entrave, já que as propostas das duas listas eram muito semelhantes, concluindo que a maioria dos pilotos se sente representado na nova direção do SPAC.
A privatização da TAP
Sobre o processo de privatização da TAP, David Paes considerou que o sindicato só poderá falar de forma mais formal com os compradores da transportadora aérea quando se conhecerem todos os pormenores do projeto. No entanto, considera que isso não impede contactos preliminares.
No entanto, considerou que uma empresa tanto pode ser bem gerida na esfera pública como na esfera privada, relembrando que a tendência noutros países é para que companhias como a TAP estejam na esfera privada. "Mas isso é no plano teórico. Na prática teremos todos, pilotos e trabalhadores, de verificar que assim é", ressalva o presidente do sindicato.
No entanto, David Paes considera que a atual administração tornou a eficiência de operação da TAP superior ao que acontecia no passado.
