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Ministro da Economia alemã destaca estabilidade económica e política do país

por Lusa

Berlim, 27 ajn (Lusa) - O Governo alemão destacou hoje a estabilidade económica e política, sublinhando o crescimento do seu produto interno bruto (PIB), e minimizou eventuais divergências na coligação liderada por Angela Merkel sobre a questão dos refugiados.

"Não há lutas no Governo. O nosso crescimento económico e o nosso mercado de trabalho são a inveja de muitos parceiros europeus. Somos um modelo de estabilidade económica e política", afirmou o ministro da Economia, o vice-chanceler e líder social-democrata, Sigmar Gabriel, ao apresentar o seu relatório económico para este ano.

O Governo alemão prevê um crescimento de 1,7% do PIB este ano, ao mesmo nível que em 2015, e só ligeiramente abaixo dos 1,8% previstos pelo Executivo nas estimativas anteriores.

Mantem-se, assim, em linha com a robustez registada em 2014, com um crescimento de 1,6%, que foi um sinal claro da recuperação da principal economia da União Europeia, depois de uma progressão de 0,3% em 2013.

Estima-se que a Alemanha irá alcançar, pelo segundo ano consecutivo, o objetivo de défice zero no Orçamento do Estado e que a dívida pública se situará abaixo dos 70% do produto interno bruto.

O Governo alemão considera que a situação do mercado laboral continuará a ser igualmente sólida e que a taxa de desemprego ficará em torno de 6,4%, das mais baixas da União Europeia.

"Somos cautelosos com as estimativas de crescimento porque, apesar do bom funcionamento do consumo interno, público e privado, a nossa economia depende de fatores externos como a exportação", admitiu Gabriel

O ministro da Economia alemão qualificou de "mediano" o crescimento de 1,7% estimado para este ano e advertiu que, para a Alemnha manter a sua solidez atual, há que reforçar o investimento, público e privado, nos próximos anos.

Para o atual exercício, a Alemanha prevê um aumento da procura interna em 2,3% (em 2015 foi de 1,6%), enquanto as exportações deverão crescer 3,2%, contra 5,4% um ano antes.

"Não há que temer pelo futuro da nossa indústria, nem do nosso motor exportador. Mas está claro que há que investir para manter a nossa competitividade em termos globais", acrescentou.

Sigmar Gabriel rejeitou fazer estimativas sobre o impacto económico que terá o acolhimento de refugiados - a Alemnha recebeu no ano passado 1,1 milhões de pedidos de asilo - sobre o seu mercado de trabalho ou sobre a evolução do PIB.

"É difícil fazer cálculos sobre isso, já que depende de muitos fatores", afirmou.

Nos próximos meses não se espera "um grande impacto" da chegada de refugiados ao mercado laboral, acrescentou o ministro, que considerou importante manter a calma frente ao grande desafio político e logístico que é acolher os refugiados, tanto na escola alemã como europeia.

"Não é preciso cair em histerias", alertou, para destacar como exemplo de resposta equilibrada o projeto de lei aprovado hoje mesmo pelo Conselho de Ministros para agilizar a expulsão de deliquentes estrangeiros.

A medida foi adotada em "tempo recorde", no meio do alargme causado pelos abusos sexuais a mulheres e vários roubos em Colónia e depos de se comprovar que os alegados atacantes tinham pedido asilo.

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