Anterior Governo escondeu realidade da CGD "de forma dolosa"
No Jornal 2, Marco Silva comenta necessidade de capitalizar a CGD e a polémica dos investimentos do Estado em paraísos fiscais.
A Caixa Geral de Depósitos pode vir a precisar de quatro mil milhões de euros de recapitalização, o dobro do que até agora era apontado.
"Uma análise superficial das contas da Caixa deixam ver que, há já três ou quatro anos, o banco público necessita de dinheiro para se capitalizar" diz Marco Silva.
O economista João César das Neves lembra que há três soluções para o banco público: uma abertura do capital a privados, o que implicaria que o Estado deixasse de ser o único acionista. Uma injeção de dinheiros públicos que Bruxelas contesta. E ainda a criação de um banco mau para onde iria todo o crédito malparado da Caixa.
No Jornal 2, Marco Silva acredita que "há outras formas de fazer esta capitalização. O Banco Mau é muito difícil operacionalizar em Portugal porque não há grandes bancos saudáveis para assumir os riscos do mercado".
O analista lembra que existem imparidades na banca nacional que somam quase 18 mil milhões de euros: "O problema é de uma dimensão que aconselha o recurso aos mercados para o enfrentar".
Estado investiu em paraísos fiscais
A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, a CP e a Segurança Social fizeram investimentos através de paraísos fiscais. O Governo já o confirmou.
Marco Silva diz que este é um caso "onde se podem colocar questões de ordem moral", mas não tem duvidas em dizer que este é um "fait divers", e explica que "muitas vezes os investimentos são feitos em empresas com sede em praças financeiras como Londres, mas depois a entidade gestora dessas aplicações opera em paraísos fiscais".
O Executivo já anunciou que vai reforçar o controlo para impedir, no futuro, que este tipo de investimentos sejam feitos em praças onde não são pagos impostos.