O ator norte-americano conseguiu finalmente vencer a estatueta dourada com a prestação em "O Renascido", de Alejandro G. Iñarritu, galardoado com o prémio de realização. "O Caso Spotlight" arrebatou o Óscar de melhor filme do ano. No começo da cerimónia, Chris Rock abordou a temática #Oscarssowhite que tem causado polémica nos últimos tempos.
O Caso Sportling, realizado por Tom McCarthy e protagonizado por Mark Ruffalo, Michael Keaton e Rachel McAdams arrebatou um dos galardões máximos dos Óscares, o do melhor filme do ano, vencendo também o prémio de melhor argumento original.
O reconhecimento vem já depois de o filme ter sido galardoado nos Globos de Ouro, pela imprensa estrangeira de Hollywood.
Finalmente, Leonardo DiCaprio
No decorrer da cerimónia, um dos maiores destaques da noite foi para a consagração de Leonardo DiCaprio como melhor ator para a Academia.
Com estreia na representação em 1989, com The New Lassie, foi apenas em 2016 que DiCaprio conseguiu arrebatar o maior prémio de representação da indústria cinematográfica norte-americana.
Foram precisas cinco nomeações para o ator de 41 anos alcançar o reconhecimento da Academia. DiCaprio já tinha sido nomeado pelas prestações em What's Eating Gilbert Grape (1993), O Aviador (2005), Diamante de Sangue (2007) e O Lobo de Wall Street (2013).
No discurso de vitória, DiCaprio voltou a relembrar a sua luta contra o aquecimento global e lembrou as populações indígenas que têm sofrido ao longo dos tempos com as decisões das grandes empresas mundiais.
E foi com O Renascido, obra realizada por Alejandro G. Iñarritu, que o mexicano foi distinguido com o prémio de Melhor Realizador, já depois da consagração nos BAFTA, prémios da Academia britânica.
É a segunda vez consecutiva que o mexicano vence a estatueta dourada já depois de no ano anterior Birdman ter sido distinguido.
Nas restantes categorias de representação, a estreante Brie Larsson bateu a concorrência de Cate Blanchett (Carol), Jennifer Lawrence (Joy), Charlotte Rampling (45 anos) e Saoirse Ronan (Brooklyn) e venceu o Óscar de melhor atriz pela prestação em Room.
Alicia Vikander confirmou o favoritismo e arrecadou a melhor prestação num papel secundário, no filme A Rapariga Dinarmarquesa, onde contracena com Eddie Redmayne, ator que venceu a estatueta dourada no ano anterior, pela prestação em A Teoria de Tudo.
Mark Rylance causou surpresa na categoria de representação secundária masculina. A prestação do ator de Ponte de Espiões (Steven Spielberg) suplantou os papéis de Christian Bale (A Queda de Wall Street), Tom Hardy (O Renascido), Mark Ruffalo (O Caso Spotlight) e Sylvester Stallone (Creed), que perfilava-se como um dos grandes favoritos.
Mad Max vencedor técnico da noite
Mad Max: Estrada da Fúria foi também um dos grandes vencedores da noite. O filme realizado por George Miller foi o que mais Óscares venceu (seis), apesar de apenas ter sido destacado nas categorias técnicas.
Protagonizado por Tom Hardy e Charlize Theron, o filme venceu os galardões de melhor edição, melhor edição de som, melhor mistura de som, melhor caracterização, melhor guarda-roupa e melhor cenografia.
Na categoria de melhor filme de animação, Divertida-Mente foi o grande vencedor, enquanto Amy, sobre a vida de Amy Winehouse venceu o prémio de melhor documentário. O Filho de Saul (Hungria) arrebatou o Óscar de melhor filme estrangeiro.
O primeiro Óscar aos 87 anos
Ennio Morricone recebeu uma das maiores ovações da noite, no Kodak Theatre, em Los Angeles. O italiano foi distinguido pela Academia com o Óscar de melhor banda sonora, pelo trabalho realizado em "The Hatefull Eight", única distinção da Academia para a obra de Quentin Tarantino.
Morricone venceu o primeiro Óscar aos 87 anos e lembrou o trabalho de John Williams (também nomeado), que diz ter mostrado ao mundo que não há música importante sem que haja um filme que a inspire.
Ennio Morricone agradeceu o reconhecimento da Academia e dedicou o prémio ganho à esposa.
#Oscarssowhite com especial atenção
Com as nomeações para realização e representação dominados por brancos, muitas foram as personalidades a pedir o boicote à cerimónia por falta de reconhecimento a atores afro-americanos. Aconteceu com Jada Pinkett-Smith, Will Smith e Spike Lee e o apresentador dos Óscares 2016, Chris Rock, abordou o tema no monólogo de abertura.
O ator começou por ironizar sobre a cerimónia dos Óscares, ao começar por apelidar a Academia como os "Prémios da escolha dos brancos", revelando durante o seu número de abertura que existiram anos mais importantes para os afro-americanos protestarem as escolhas do painel de jurados da estatueta dourada.
"Porquê escolher a 88ª edição dos Óscares para protestar? Isto significa que a não nomeação de afro-americanos já aconteceu pelo menos 71 uma vezes. Têm de perceber que aconteceu nos anos 50, 60, quando Sydney Poitier não protagonizava um filme. Naquela altura ninguém protestava por que existiam razões reais e importantes por que protestar".
Chris Rock acabou mesmo por criticar Jada Pinkett-Smith, mulher de Will Smith, por ter boicotado os Óscares. O apresentador concluiu que não se pode boicotar algo que não se foi convidado levando o público a uma gargalhada geral.