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Oliva Creative Factory inaugura 3 novas mostras de autores marginais e consagrados

por Lusa

S. João da Madeira, 29 mai (Lusa) - A Oliva Creative Factory inaugura no sábado três novas exposições retiradas do espólio de colecionadores privados, duas das quais compõem a única mostra permanente de Arte Bruta da Península Ibérica e a terceira reúne autores mundialmente consagrados.

A inauguração dá-se às 17:00 e será presidida pelo secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, que já apontou esse modelo de desenvolvimento cultural envolvendo parcerias entre a Câmara Municipal de S. João da Madeira e colecionadores privados como um exemplo "replicável noutros pontos do território ".

No caso das mostras que são estreia na Península Ibérica, envolvem cerca de 250 obras da coleção privada de Richard Treger e António Saint Silvestre, que, ao abrigo de uma cedência em regime de comodato, ainda farão passar pela Oliva Creative Factory mais 550 trabalhos, ao longo dos anos.

Esta primeira parcela das criações que cederam para exibição pública no município está distribuída por duas mostras distintas: uma intitula-se "Arte Bruta: Transgredindo Fronteiras" e revela "criações extraordinárias de mentes atormentadas"; a outra concentra-se em "Figurativos, Místicos e Revolucionários" e representa o subgénero mais periférico da Arte Singular.

O francês Christian Berst, curador da exposição especificamente dedicada à Arte Bruta, realça que essa denominação surgiu pela primeira vez em 1945, quando Jean Dubuffet com ela se referiu às criações assinadas por "personalidades cuja alteridade social ou mental os extrai das correntes estéticas dominantes".

Especialista internacional nesse género de produção, Christian Berst define assim a Arte Bruta como aquela que tem a autoria "dos loucos, dos mediuns, das personalidades extraordinárias, quando invadidos de febre criadora".

A terceira exposição a inaugurar no sábado em S. João da Madeira consiste, por sua vez, numa segunda parcela do espólio dos colecionadores locais Norlinda e José Lima. Sob a designação "Traço Descontínuo", essa seleção propõe-se dar a conhecer "as tendências da arte portuguesa e internacional desde o pós-Segunda Guerra Mundial".

Tanto essas obras como as da Coleção Treger e Saint Silvestre foram cedidas à Câmara Municipal no mandato de Castro Almeida, que é hoje secretário de Estado do Desenvolvimento Regional e também participa nas cerimónias de inauguração.

O atual presidente da autarquia, Ricardo Oliveira Figueiredo, reconhece, por sua vez, que essa estratégia teve "a ambição de projetar a face cultural de S. João da Madeira nos planos nacional e internacional", considerando que, graças a essa parceria com privados, "a cidade se revela ao mundo de forma absolutamente extraordinária e singular".

Mais detalhes sobre as novas exposições da Oliva Creative Factory podem consultar-se no site desse equipamento cultural.

AYC // MSP

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