Maputo, 07 jun (Lusa) - O escritor moçambicano Mia Couto saudou hoje o Governo moçambicano por ter ratificado o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, defendendo que "o país não podia ficar uma ilha e à margem" da nova situação gerada pelo tratado.
Em sessão extraordinária, o Conselho de Ministros de Moçambique ratificou quinta-feira o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, informou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi.
"Fez bem o Conselho de Ministros ao ratificar o acordo, porque o país não podia ficar uma ilha e à margem da nova situação provocada pela vigência da ortografia aprovada pela maior parte dos países da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa)", afirmou Mia Couto.
Lembrando que nunca foi "muito adepto" das alterações introduzidas pela nova ortografia, o escritor considerou que o acordo não traz mudanças substantivas, mas cosméticas e formais.
"Não mudará a minha escrita, porque são mudanças cosméticas e formais", enfatizou Mia Couto.
Ainda assim, o escritor lamentou o facto de os países africanos terem tido pouco peso na formulação do novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, acabando este por ser resultado da pressão do Brasil e Portugal, os países que "mais livros produzem na língua portuguesa".