Henrique Sousa Leitão, doutorado em Física e investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, foi o grande vencedor da 28ª edição do Prémio Pessoa, anunciado esta sexta-feira por Francisco Pinto Balsemão. Em declarações ao online da RTP, o investigador disse que esta distinção dá "visibilidade" à história científica em Portugal.
O presidente do júri destacou o papel de "cultor da interdisciplinaridade" e um sólido conhecimento e formação científica e humanista.
Doutorado em Física pela Universidade de Lisboa e docente na mesma instituição, o investigador de 50 anos desenvolveu trabalho sobretudo em História das Ciências, com destaque para a coordenação da edição das obras do matemático português Pedro Nunes.
É membro efetivo da Academia Internacional de História das Ciências, que não contava com a participação de um português desde Joaquim de Carvalho, em 1957. Integra ainda o Centro Interuniversitário da História das Ciências e Tecnologia.Depois do físico, o historiador
Ouvido pelo online da RTP, o académico e investigador disse que esta atribuição traz "uma grande responsabilidade". E dedicou o prémio às "pessoas notáveis" que constituem a sua equipa e que o acompanharam ao longo da carreira.
Para Henrique Leitão, o Prémio Pessoa tem como vantagem, "a longo prazo", a visibilidade dada à "história científica do país", praticamente desconhecida pelos próprios portugueses.
Com um valor monetário de 60 mil euros, o Prémio atribuído todos os anos desde 1987 destina-se a reconhecer uma personalidade que tenha sido "protagonista de uma intervenção particularmente relevante e inovadora na vida artística, literária ou científica do país". A atribuição do prémio é feita em conjunto pelo semanário Expresso e pela Caixa Geral de Depósitos. Além de Pinto Balsemão, o júri da presente edição contou com Álvaro Nascimento, António Barreto e Clara Ferreira Alves, entre outros.
No painel que ponderou a decisão esteve também Maria Manuel Mota, a personalidade distinguida na edição anterior - a investigadora do Instituto de Medicina Molecular da Universidade de Lisboa e a respetiva equipa desenvolveram importantes investigações no combate e no conhecimento da malária.
Em anos anteriores foram premiados nomes como o historiador José Mattoso, o investigador António Damásio ou o arquiteto Eduardo Souto de Moura.