O diretor-geral do Património Cultural esclareceu hoje que está garantida a abertura, na próxima quinta-feira, da exposição "Narrativa de uma coleção-Arte portuguesa na Coleção SEC (1960-1990)", no Museu do Chiado, apesar da demissão do diretor David Santos.
A maioria das obras que vão ser expostas provém do núcleo da chamada coleção da Secretaria de Estado da Cultura, que está à guarda da Fundação de Serralves, no Porto, no âmbito do protocolo assinado em 1997.
"As obras vão estar no Museu do Chiado, em Lisboa, e, terminada a exposição, daqui a um ano, voltam para Serralves", disse à Lusa o diretor-geral do Património Cultural, Nuno Vassallo e Silva, que realçou nunca ter estado em causa este depósito.
A coleção do Estado esteve sob a tutela da Direção-Geral das Artes (DGArtes) até ao ano passado, e o atual secretário de Estado da Cultura decidiu passá-la para a da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), por despacho publicado em 2014, tendo, por decisão do titular, voltado para a tutela da DGArtes, "mas nunca esteve em causa o protocolo de depósito celebrado com a Fundação de Serralves", disse à Lusa Vassallo e Silva.
O diretor-geral do Património Cultural acrescentou ainda que "é totalmente falso que a DGPC ou algum dos seus responsáveis tenha pedido ao secretário de Estado da Cultura, que lhe fosse revogado o despacho que lhe afetava a coleção".
A coleção da secretaria de Estado da Cultura foi iniciada em 1976, pelo artista Fernando Calhau, que viria a dirigir o antigo Instituto de Arte Contemporânea, e é composta pelas várias aquisições artísticas feitas pelo Estado, sendo constituída por cerca de mil peças, 550 das quais se encontram em depósito na Fundação Serralves. Outras estão na Câmara de Aveiro e outras ainda em gabinetes institucionais, segundo o responsável da DGPC.
Nuno Vassallo e Silva afirmou que "o importante é inaugurar uma exposição totalmente inédita, tal como estava programado, e que se deve à boa colaboração com Serralves".
Após a demissão do diretor David Santos, na passada quarta-feira, Serralves disponibilizou dois curadores, "conhecedores da coleção", e que já estão a trabalhar em Lisboa, na montagem da mostra.