Missão espacial Rosetta com morte anunciada

por Nuno Patrício - RTP
A sonda europeia Rosetta saiu da Terra em 2004 ESA/ Reuters

A sonda Rosetta já recebeu ordem para terminar a sua missão de 12 anos no espaço, que será finalizada com um "choque" contra o cometa que acompanhou nos últimos dois anos.

A sonda europeia Rosetta viajou desde o planeta Terra até ao cometa 67P - Churiumov-Gerasimenko. Termina agora um longo período de exploração pioneira.

As ordens partiram na quinta-feira da Terra e já foram confirmadas pela sonda espacial.



A sonda europeia irá dirigir-se até à superfície do 67P, mas no seu “sacrifício” a Rosetta vai ainda poder oferecer aos cientistas dados sobre o seu “caixão” espacial.

Tudo isto decorrerá cerca das 11h40 em Portugal Continental. A programação final da sonda passa por uma descida controlada de aproximadamente 20 quilómetros em direção ao Churiumov-Gerasimenko.

Durante o trajeto final, a Rosetta vai tirar fotografias em alta definição, através da câmara Osíris, e realizará ainda observações inéditas ao cometa a curta distância, antes de cair.

"A oportunidade de estudar um cometa a uma distância tão curta faz com que a fase de descida seja uma das mais emocionantes de toda a missão", indicou a ESA em comunicado.

Os dados finais recolhidos, bem como o vazio de sinal da Rosetta, apenas chegarão à Terra quando os relógios marcarem as 12h20.

Dez anos de viagem, dois dos quais em órbita, serviram para recolher dados preciosos sobre a forma, a química e a estrutura de um cometa, como nos explica Rosa Azevedo, da Antena 1.

Informação única que foi complementada, embora de forma deficiente, pela Philae, uma pequena sonda do tamanho de uma máquina de lavar que, infelizmente, não conseguiu aterrar em condições ideais no solo do 67P.

A ESA e a NASA receberam milhões de terabytes de informação proveniente da Rosetta, dados esses que vão permitir aos cientistas trabalhar durante várias décadas.


Siga aqui as últimas horas da Rosetta.
Uma missão espacial pioneira e única
Em janeiro de 2015, o site da RTP teve a oportunidade de conversar com Mark McCaughrean, responsável da ESA pela comunicação com os cientistas e diretamente ligado à missão Rosetta.



Mark McCaughrean referia, na altura, que esta missão, única na história da exploração e investigação espaciais, era mais do que ciência, pois poderia ajudar a compreender a origem da vida na Terra.
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